PCC atua Como Estado Paralelo e Mata Quem Investiga; Lucro e Política
- 18/09/2025

Não somente o Ceará, mas o Brasil enfrenta uma infiltração sistêmica de facções como o PCC e o Comando Vermelho (CV), que vão além do narcotráfico: lavam bilhões, infiltram finanças, financiam políticos e eliminam opositores. O Brasil sempre foi considerado um país para as máfias. As investigações sempre levaram autoridades ao Porto de Santos, Porto do Pécem, no Ceará e demais portos espalhados pelo País.
O PCC opera como empresa paralela, com esquemas como a Operação Carbono Oculto revelando R$ 52 bi lavados em combustíveis, atingindo a Faria Lima com fundos e corretoras. O CV, rival do PCC com raízes no Rio, expande para Norte e Nordeste via alianças volúveis. Facções elegem aliados dentro da política e dentro da mais alta cúpula das corporações, incluindo o Poder Judiciário, para bloquear investigações e controlar contratos de segurança. O PCC é de fato, ao lado do Comando Vermelho, um dos nomes mais conhecidos do ecossistema criminoso nacional.
Mas o que não lhe falta é companhia. Um estudo do Ministério da Justiça identificou 88 facções atuando no Brasil, a grande maioria (72) nos limites de seus estados. Mas a crescente interação das duas maiores quadrilhas com o tráfico internacional de drogas, com rotas que cortam a América do Sul, passam pela África e chegam à Europa, também tem levado à crescente presença em território brasileiro de organizações estrangeiras – sul-americanas, italianas, mexicanas, balcânicas e chinesas, boa parte atuando em parceria com as falanges brasileiras, para traficar ou lavar dinheiro no país
Assassinatos de delatores como Ruy Ferraz Fontes e Vinicius Gritzbach destacam conluios com policiais e “pessoas poderosas” em Brasília, blindando impunidade. Por que reagimos pouco? Fluxos escapam via fintechs, mas o Governo Federal, via Haddad na Fazenda, equiparou-as a bancos em monitoramento para combater lavagem, segundo anúncio oficial. Ainda assim, fronteiras, portos e transparência faltam. É um Estado paralelo demandando coragem política, regulação incisiva e sanções reais.