ONU Condena Atentados na Colômbia Com 18 Mortos e Mais de 60 Feridos
- 22/08/2025

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos na Colômbia condenou, nesta quinta-feira (21), dois atentados que vitimaram ao menos 18 pessoas e deixaram mais de 60 feridos. Os ataques ocorreram na cidade de Cali e no município de Amalfi, no departamento de Antioquia. Em publicação na rede social X (antigo Twitter), a ONU manifestou repúdio ao “ataque indiscriminado com explosivos em Cali”, que inicialmente havia deixado cinco civis mortos e 42 feridos. Posteriormente, autoridades locais atualizaram os números: seis mortos e 65 feridos. A ONU fez um apelo aos grupos armados não estatais para que respeitem os direitos humanos e o Direito Internacional Humanitário (DIH), destacando o princípio da distinção, que exige a diferenciação entre combatentes e civis para evitar vítimas entre a população não envolvida no conflito. O atentado ocorreu nas proximidades da Escola Militar de Aviação Marco Fidel Suárez, em uma avenida movimentada da cidade, localizada no sudoeste do país.
Horas antes, um ataque com drone atingiu uma base da brigada antidrogas da polícia em Amalfi. A ação resultou na morte de ao menos dois policiais, segundo informações preliminares. No entanto, a ONU afirmou que 12 agentes morreram na explosão do helicóptero em que estavam, e que o número de feridos ainda não foi confirmado oficialmente. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, atribuiu os dois ataques ao Estado Maior Central (EMC), a principal dissidência das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Segundo Petro, os atentados seriam uma “reação terrorista” à ofensiva militar conduzida no CañóndelMicay, no departamento de Cauca. As autoridades colombianas também responsabilizam o EMC, grupo liderado por Néstor Vera, conhecido como “Iván Mordisco”, que atua nas regiões sul, leste e oeste do país.
A organização também expressou solidariedade às famílias das vítimas e instou as autoridades colombianas a investigar, julgar e punir os responsáveis pelos ataques. Diversos setores da sociedade civil colombiana têm cobrado do governo medidas mais firmes contra os grupos armados ilegais, diante do agravamento da violência nos últimos meses. Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, o conflito armado na Colômbia atingiu, em 2024, seu ponto mais crítico desde o Acordo de Paz firmado com as Farc em 2016. A entidade alerta que 2025 poderá representar o pior cenário humanitário da última década.