Em Fortaleza, CREF Define Protocolos Após Mortes Súbitas em Academias
- 20/12/2025
Diante dos recentes casos de morte súbita registrados em academias de Fortaleza, o Conselho Regional de Educação Física da 5ª Região (Cref-5) lançou, neste mês, uma nota técnica com orientações para o setor. O objetivo é reforçar protocolos de segurança e atendimento para reduzir o risco de eventos adversos e garantir que a prática de atividades físicas ocorra de forma saudável. A morte súbita durante o exercício, segundo o documento, geralmente decorre de causas cardiovasculares não diagnosticadas, esforço físico excessivo ou falhas na resposta emergencial.
Para mitigar esses riscos, o Cref-5 destaca que a prevenção depende diretamente de uma triagem adequada, da recomendação de exames médicos e da intervenção imediata em situações críticas. As orientações, elaboradas pela Câmara de Atividade Física e Saúde e pela Câmara de Academias e Afins, consideram que o zelo pela saúde dos praticantes é “dever ético e legal” dos profissionais” e que o Conselho vai intensificar a fiscalização.
O papel do profissional de Educação Física é fundamental porque o início de qualquer programa de exercício físico deve ser precedido por uma avaliação pré-participação. É importante aplicar a anamnese e o questionário de prontidão (PAR-Q) para identificar histórico de doenças, uso de medicamentos e hábitos de vida. Caso sejam detectados sintomas suspeitos ou histórico cardiovascular relevante, o aluno deve ser obrigatoriamente encaminhado para avaliação médica. Assim, é possível detectar contraindicações e necessidade de liberação médica. No contexto no qual os alunos sejam usuários de plataformas ou aplicativos que oferecem acesso a academias, o Conselho recomenda que a anamnese e PAR-Q devem conter a opção “questionário preenchido em outro estabelecimento”.
A partir da análise inicial, o profissional de Educação Física deve adotar condutas conforme a classificação de risco do aluno ou aluna: Baixa: início da prática com intensidade moderada; Intermediária: início com restrições e encaminhamento médico; Alta: suspensão da prática até avaliação e liberação médica. Durante a rotina de treinos, o profissional deve atuar no monitoramento constante da intensidade dos exercícios e das condições do ambiente, como temperatura e ventilação, bem como a progressão gradual de cargas. Também deve recomendar hidratação e pausas adequadas.
O Conselho indica suspender a atividade imediatamente se o praticante apresentar: dor torácica - tontura - palpitações - mal-estar súbito. Aos gestores de academias, cabe a responsabilidade estrutural e legal de manter um ambiente seguro, o que inclui a presença obrigatória de profissionais habilitados durante todo o período de funcionamento. “A presença do DEA aumenta significativamente a chance de sobrevivência em casos de parada cardíaca súbita”, lembra o Conselho.
A gestão deve ainda implementar rotinas de conferência, como checklists semanais para verificar o funcionamento do desfibrilador e a integridade dos kits de primeiros socorros. Em situações de emergência, o profissional de Educação Física atua como primeiro respondente, devendo seguir o protocolo de Suporte Básico de Vida (SBV). Isso inclui: verificar a respiração da vítima - acionar o SAMU (192) - iniciar a ressuscitação cardiopulmonar (RCP), caso seja treinado - utilizar o desfibrilador assim que disponível - manter as manobras até a chegada do socorro especializado. Para tanto, o Cref-5 reforça que é dever dos profissionais manterem-se constantemente capacitados em cursos de primeiros socorros, já que cada minuto sem RCP reduz em até 10% a chance de recuperação.








