Crise Aérea Entre EUA e Venezuela Aumenta Fluxo na Fronteira Com a Colômbia
- 02/12/2025
Em meio à tensão no Caribe, muitas pessoas que haviam comprado passagens aéreas saindo da Colômbia para a Venezuela tiveram que mudar seus planos e viajar por terra até a cidade fronteiriça de Cúcuta, no nordeste do país. Neste fim de semana, Donald Trump alertou em uma publicação na Truth Social: "Considerem o espaço aéreo sobre a Venezuela totalmente fechado", em meio à escalada das tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela.
Essa declaração veio na sequência de um alerta emitido há pouco mais de uma semana pela FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA na sigla em inglês), que instou as companhias aéreas comerciais a terem extrema cautela ao sobrevoar a Venezuela e o sul do Caribe devido ao que considerou uma situação potencialmente perigosa na região. O alerta levou à suspensão da maioria dos voos das companhias aéreas que ligam o país ao resto do mundo.
Diversas companhias aéreas, incluindo Iberia, Plus Ultra, Air Europa, Avianca e Turkish Airlines, continuaram a suspender suas operações nesta terça-feira (2). Enquanto isso, Copa, Wingo, Boliviana de Aviación e Satena, assim como as companhias locais Avior e a estatal Conviasa, mantêm seus serviços no país sul-americano. Chegar a Cúcuta partindo de Bogotá por estrada leva cerca de 15 horas.
No momento, a cidade não apresenta um aumento significativo no fluxo de viajantes, embora, se a suspensão dos voos continuar por mais alguns dias, é provável que o número de pessoas que optam por essa rota aumente. Muitos cidadãos, como Castillo, estão optando por viajar de ônibus da capital colombiana até a cidade de Villa delRosario, onde fica a Ponte Simón Bolívar, e de lá pegar outro ônibus até seu destino na Venezuela. O preço de uma passagem de ônibus de Bogotá para Cúcuta equivale a US$ 40 em média.
No entanto, durante o fim de semana, houve uma presença maior do que o habitual de venezuelanos em Cúcuta, mas por razões não relacionadas ao conflito com os Estados Unidos. Enquanto isso, as passagens de fronteira nos departamentos de La Guajira e Arauca permanecem abertas, conforme confirmado pelo Ministério das Migrações da Colômbia. As autoridades, contudo, monitoram constantemente a situação e antecipam possíveis cenários em caso de escalada das tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela.
Um estudo recente da Universidade de Rosário concluiu que, em média, 27,7% dos venezuelanos deixaram o país na última década. “Mais de 7,8 milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos dez anos, dos quais 2.812.648 estão atualmente na Colômbia”, segundo dados do projeto Migração na Colômbia, incluídos no estudo do Observatório da Venezuela da Universidade de Rosário e da Fundação Konrad Adenauer. O temor das autoridades nacionais e locais nas áreas de fronteira é que, caso um conflito militar ecloda entre os Estados Unidos e a Venezuela, esses números aumentem exponencialmente.








