Ajuda Humanitária Começa a Chegar na Faixa de Gaza
- 12/10/2025

Grupos de ajuda humanitária começam neste domingo (12) a intensificar os esforços de socorro a Gaza, devastada por dois anos de guerra, sob um novo acordo de cessar-fogo em vigor desde a tarde de sexta-feira. Os envios foram autorizados após o grupo terrorista Hamas confirmar que começará a libertar reféns israelenses até a manhã de segunda-feira. Ao mesmo tempo, palestinos continuam a retornar às áreas evacuadas pelas forças israelenses em busca de suas casas, a maioria delas reduzidas a escombros. Dos cerca de 2 milhões de palestinos, 90% tiveram que se deslocar durante a guerra. Segundo os termos da primeira fase do acordo, a ajuda deve chegar em grande quantidade, diante do quadro de fome generalizada causado pelo bloqueio imposto por Israel. Entidades se preparam para enviar cerca de 600 caminhões com alimentos e suprimentos médicos por dia. Os caminhões terão de ser inspecionados pelas forças israelenses antes de serem autorizados a entrar.
Neste momento, há dezenas de caminhões cruzando o lado egípcio da passagem de Rafah, mais ao sul de Gaza. O Crescente Vermelho egípcio disse que os caminhões levam suprimentos médicos, tendas, cobertores, alimentos e combustível. Nos últimos meses, a ONU e seus parceiros conseguiram entregar apenas 20% da ajuda necessária em Gaza devido aos combates, ao fechamento das fronteiras e às restrições israelenses sobre o que pode entrar. Entre os obstáculos logísticos para o fornecimento de ajuda aos palestinos, as organizações enfrentaram saques, bombardeios, restrições de Israel e infraestruturas danificada pelos ataques israelenses em Gaza. O destino da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), uma organização apoiada por Israel e os EUA que substituiu a operação de ajuda da ONU em Gaza em maio como principal fornecedora de alimentos em Gaza, permanece incerto.
Os locais de distribuição de alimentos operados pelo grupo na cidade de Rafah e no centro de Gaza foram desmontados após o acordo de cessar-fogo, segundo relatos de palestinos. A GHF havia sido promovida por Israel e pelos Estados Unidos como um sistema alternativo para impedir que o Hamas assumisse o controle da ajuda humanitária. No entanto, suas operações foram inconsistentes, e centenas de palestinos foram mortos por tiros israelenses enquanto se dirigiam aos quatro postos da organização. As forças armadas israelenses afirmaram que suas tropas dispararam tiros de advertência para controlar as multidões.